Curso de Goma Laca para Instrumentos Musicais com Lúcio Jacob - São Francisco do CondeBA
Continuando as atividades do Projeto "Essa viola dá Samba!" tivemos a honra de receber o Mestre Luthier Lúcio Jacob, natural e residente de Viçosa/MG para uma vivência de Aplicação de Goma Laca nas cinco primeiras Violas Machetes confeccionadas no Atelier de Construção de Viola Machete, em São Francisco do Conde/BA.
A goma laca é o "verniz" mais natural adotado por excelentes luthiers. Trata se da diluição em álcool absoluto da goma laca. Dilui se 100 g desse material para 1 litro de álcool. Antes de começar a aplicação passa se uma primeira demão de solução de Gelatina Incolor para fechar os poros e dar uma textura gelatinosa à madeira. Depois com a "boneca" (chumaço de algodão enrolado em um pano de algodão) aplica se quantas demãos de goma laca forem necessárias para a superfície externa da madeira ficar uniforme e protegida.
A escolha da Goma Laca como acabamento final para as violas se deu pelos seguintes argumentos:
- Saúde para quem aplica. Os vernizes sintéticos (com base em Poliuretano, Nitrocelulose, por exemplo) são muito agressivos a quem aplica, sobretudo, compromete a visão e o sistema respiratório. Também agridem a natureza, com os resíduos que sobram na atmosfera, podendo comprometer os lençóis freáticos, caso esses resíduos nao sejam tratados da maneira correta (necessidade de câmara de pintura com sistema de retenção dos resíduos que não ficam no instrumento);
- Saúde para o instrumento. Enquanto os vernizes sintéticos criam uma camada "plástica" externa ao instrumento, a goma laca cria uma camada muito mais fina e ressalta os desenhos da madeira, criando um efeito mais natural e leve. A goma laca faz a madeira respirar de maneira mais livre, se interligando mais com a natureza;
- Sustentabilidade dos futuros artesãos. O custo para quem aplica goma laca é cerca de 10 vezes mais barato do que a aplicação de vernizes sintéticos, apesar de ser muito mais delicado. O que não implica em abaixar os custos finais do instrumento, já que, por ser mais sensível é, com certeza, mais difícil. Exige do construtor uma atenção e dedicação muito mais apurada, mostrando a capacidade artística do artesão em dialogar de maneira mais natural com o instrumento;
- A Goma Laca, por ser mais fina e mais leve, proporciona ao instrumento maiores vibrações, o que acarreta em melhor qualidade sonora.
Além do Curso de Aplicação do Goma Laca Lúcio Jacob nos deu muitas dicas para melhorar a qualidade de nossas violas machetes. Deu dicas sobre peso final do instrumento, apuração na escultura do braço e várias outras que com certeza vão enriquecer nossos instrumentos ainda mais, com sua supervisão e carinho dedicados!
Lúcio Jacob lixando uma viola machete e os futuros artesãos olhando e escutando atentos às dicas do Mestre.
Lúcio Jacob fechando os buraquinhos para acabamento final antes da goma laca.
A goma laca é o "verniz" mais natural adotado por excelentes luthiers. Trata se da diluição em álcool absoluto da goma laca. Dilui se 100 g desse material para 1 litro de álcool. Antes de começar a aplicação passa se uma primeira demão de solução de Gelatina Incolor para fechar os poros e dar uma textura gelatinosa à madeira. Depois com a "boneca" (chumaço de algodão enrolado em um pano de algodão) aplica se quantas demãos de goma laca forem necessárias para a superfície externa da madeira ficar uniforme e protegida.
A escolha da Goma Laca como acabamento final para as violas se deu pelos seguintes argumentos:
- Saúde para quem aplica. Os vernizes sintéticos (com base em Poliuretano, Nitrocelulose, por exemplo) são muito agressivos a quem aplica, sobretudo, compromete a visão e o sistema respiratório. Também agridem a natureza, com os resíduos que sobram na atmosfera, podendo comprometer os lençóis freáticos, caso esses resíduos nao sejam tratados da maneira correta (necessidade de câmara de pintura com sistema de retenção dos resíduos que não ficam no instrumento);
- Saúde para o instrumento. Enquanto os vernizes sintéticos criam uma camada "plástica" externa ao instrumento, a goma laca cria uma camada muito mais fina e ressalta os desenhos da madeira, criando um efeito mais natural e leve. A goma laca faz a madeira respirar de maneira mais livre, se interligando mais com a natureza;
- Sustentabilidade dos futuros artesãos. O custo para quem aplica goma laca é cerca de 10 vezes mais barato do que a aplicação de vernizes sintéticos, apesar de ser muito mais delicado. O que não implica em abaixar os custos finais do instrumento, já que, por ser mais sensível é, com certeza, mais difícil. Exige do construtor uma atenção e dedicação muito mais apurada, mostrando a capacidade artística do artesão em dialogar de maneira mais natural com o instrumento;
- A Goma Laca, por ser mais fina e mais leve, proporciona ao instrumento maiores vibrações, o que acarreta em melhor qualidade sonora.
Além do Curso de Aplicação do Goma Laca Lúcio Jacob nos deu muitas dicas para melhorar a qualidade de nossas violas machetes. Deu dicas sobre peso final do instrumento, apuração na escultura do braço e várias outras que com certeza vão enriquecer nossos instrumentos ainda mais, com sua supervisão e carinho dedicados!
Lúcio Jacob medindo a largura do braço de uma viola machete com paquímetro
Lúcio Jacob lixando uma viola machete e os futuros artesãos olhando e escutando atentos às dicas do Mestre.
Após a aplicação da Gelatina Incolor
Lúcio Jacob fechando os buraquinhos para acabamento final antes da goma laca.
Edmundo (Barrigão) passando goma laca e Alex ao fundo também
Enoque, Edmundo (Barrigão) e Alex dividindo a mesa e aplicando goma laca
Detalhe da aplicação da goma laca com a boneca
Alexnaldo passando goma laca
Enoque passando goma laca
Edmundo (Barrigão) passando goma laca
Carlinhos passando goma laca
Edmundo (Barrigão) e Alex passando a goma laca
Violas machete com a goma laca concluída. Na esquerda a viola n. 1 do "Toque de viola" (Sandra e Cassipio) e na direita a viola n.1 da "Turma do machete" (Gabriel e Edmundo Barrigão)
As cinco primeiras violas com a goma laca concluida.
Da esquerda para a direita
Violas n.1 "Toque de Viola", "Samba de Viola", "Turma do Machete", "Viola Brasileira" e "Turma da Noite"
Na esquerda a viola n. 1 do "Toque de viola" (Sandra e Cassipio), no centro viola n.1 "Samba de Viola" (Enoque e Fausto) e na direita a viola n.1 da "Turma do machete" (Gabriel e Edmundo Barrigão)
Viola n.1 da "Turma da Noite" (Carlinhos, Heval e Jair)
Nosso Mestre convidado Lucio Jacob
Luthier Lúcio Jacob
Natural de Viçosa, MG. Em 1994, interessou-se em aprender a construir violões e ingressou no curso técnico de marcenaria, onde adquiriu conhecimentos sobre trabalhos em madeira. Mas foi trabalhando com o luthier Antônio de Pádua, de Viçosa, MG, que aprendeu as técnicas e conhecimentos sobre a arte de construir violões. Fez seu primeiro violão aos 18 anos de idade. Após deixar o atelier de Antônio de Pádua, trabalhou em parceria com o luthier Jorge Rafael, praticando em conjunto os conhecimentos adquiridos. Em 2002 já trabalhava em seu próprio atelier.
Um momento importante em seu crescimento profissional foi sua mudança para João Pessoa, PB, onde residiu por 4 anos. Nesta ocasião teve contato com vários músicos Nordestinos, inclusive de renome internacional, e de profundo conhecimento violonístico, como Guilherme Calzavara, Gilson Antunes, Napoleão Costa Lima, Jaelson Farias, Henrique Annes, além de outros, que contribuíram para o aperfeiçoamento e divulgação de seu trabalho. Começou a ministrar workshops sobre a arte da lutheria, tendo participado do I e II Seminário de Violão “José Carrión”, em Recife, PE, em 2008 e 2010; IX Seminário Internacional de Violão “Vital Medeiros”, em Suzano, SP, em 2010; II Encontro de Violões da USP, Bauru, SP, em agosto de 2011.
Lúcio Jacob segue a escola tradicional espanhola na construção de seus violões, tendo também construído violões double top, violões de fibra de carbono e com escala elevada. Tem desenvolvido técnicas para melhorar a qualidade sonora do violão tradicional de modo a manter seu timbre característico e ganhar volume, projeção, potência e qualidade sonora, características típicas dos violões modernos. Além do violão tradicional, Lúcio Jacob fabrica violões de sete, oito e dez cordas, viola “caipira”, cavaquinho e instrumentos antigos ou de época, como a vihuela e guitarra da renascença.
Para saber mais informações sobre o trabalho de Lúcio Jacob:
www.luciojacob.com.br
Lúcio Jacob segue a escola tradicional espanhola na construção de seus violões, tendo também construído violões double top, violões de fibra de carbono e com escala elevada. Tem desenvolvido técnicas para melhorar a qualidade sonora do violão tradicional de modo a manter seu timbre característico e ganhar volume, projeção, potência e qualidade sonora, características típicas dos violões modernos. Além do violão tradicional, Lúcio Jacob fabrica violões de sete, oito e dez cordas, viola “caipira”, cavaquinho e instrumentos antigos ou de época, como a vihuela e guitarra da renascença.
Para saber mais informações sobre o trabalho de Lúcio Jacob:
www.luciojacob.com.br